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O Projecto
A «VIA NOVA» - História
Construção e manutenção da via
O Cursus Publicus
Viajar na Geira
Paisagem
Motivação e Objectivo
Historial do Estudo
Historial do Estudo
O estudo da «VIA NOVA» mereceu a atenção dos eruditos, desde o Renascimento, sendo esta referida no conhecido mapa de Georg Braun de 1594.

Dos miliários reunidos por ordem do Arcebispo D. Diogo de Sousa no Campo de Sant'Ana muitos, por certo, foram trazidos da Geira. No Memorial del Marques de Montebelo (1642) o autor, senhor do Solar do Castro (Amares) não só refere que a via romana passava junto das suas terras, como diz que o seu aví´ terá deslocado 10, dos 12 existentes em redor da Igreja de Carrazedo, para Braga, a pedido doutro Arcebispo D. Agostinho de Castro (1537-1609).

Todavia, o estudo sistemático da «VIA NOVA» apenas principiou no século XVIII com o trabalho do Padre Mattos Ferreira. O texto, que se conservou sob a forma de manuscrito por mais de duzentos anos, insere-se no conjunto de memórias subsequentes à criação da Real Academia de História, escritas nos anos 20 do século XVIII. A obra de Mattos Ferreira é um documento de excepcional interesse, tanto pela descrição da «VIA NOVA», como pelo seu contributo para o estudo da epigrafia da Geira.

A par de Jerónimo Contador de Argote, que nela se baseou para a sua monumental obra sobre as Antiguidades da Diocese Bracarense, impressa no século XVIII (1732-34), também Emí­lio Hí¼bner se socorreu da monografia de Mattos Ferreira, para organizar o CIL (Corpus Inscriptionum Latinarum), publicado em Berlim, em 1869. A descrição do traçado da «VIA NOVA», da autoria de Mattos Ferreira, é mesmo mais pormenorizada do que a de Martins Capella, que escreveu um século depois, o que se compreende, uma vez que este último tinha como objectivo especí­fico o estudo de toda a epigrafia viária do vasto conventusBracarum (1895).

Todavia, o texto de Mattos Ferreira só foi impresso em 1982, por iniciativa da Câmara Municipal de Terras do Bouro.

A descrição de Martins Capella, cujo trabalho se orientou sobretudo para o estudo das inscrições gravadas nos marcos, é mais sucinta. Em contrapartida a sua análise e contextualização histórica dos textos epigráficos é muito completa e fundamentada. De qualquer modo, a análise comparada das duas obras é indispensável, tendo em vista o conhecimento do trajecto da via, a história do seu estado e a preparação de um eventual corpus epigráfico.

No século XX, ao longo de vários anos, entre 1977 e 1992, embora sem continuidade, a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e o Parque Nacional da Peneda-Gerês realizaram intervenções arqueológicas no troço da via XVIII, entre as milhas XXIX e XXXIV. As campanhas, iniciadas em 1978, sofreram alguns anos de interrupção, mas foram retomadas em 1984, 1985 e 1986 e, novamente, com maior amplitude, em 1992. Os trabalhos de maior vulto efectuaram-se em 1978 e 1992.

Finalmente, em 1998, realizou-se o inventário do traçado da via entre Santa Cruz e a milha XXIV (Quebrada).

Nos anos de 2000 a 2002 tiveram lugar diversos reconhecimentos, a fim de definir o trajecto da via nos concelhos de Braga e Amares.

Para além da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e do Parque Nacional da Peneda do Gerês, outros estudiosos têm carreado novos elementos para o avanço dos conhecimentos sobre a Geira em território português.

Destacam-se, pelo seu interesse, rigor e carácter exaustivo, o artigo de Amado Carvalho da Silva (1997), publicado na revista Mí­nia, e o trabalho de Fernando A. da Silva Cosme (1997), sobre a toponí­mia relacionada com a Jeira ou Geira.

Recentemente, em 2001, Henrique Regalo elaborou um texto para fundamentar a classificação da «VIA NOVA», como Monumento Nacional, texto que regista algumas novidades e que apresenta, pela primeira vez, a cartografia à escala 1: 10 000 do caminho romano entre a Portela do Homem e Santa Cruz.
Mapa de Georg Brown datado de 1594, observando-se do lado direito o Campo de Santana; à volta desta Capela foram colocados diversos miliários recolhidos ao longo da «VIA NOVA» por iniciativa do Bispo D. Diogo de Sousa e de outro Eclesiástico.

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